quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

É amanhã! Aquela dos 30:

Hoje já é Quinta-feira
E eu já tenho quase trinta
Acabou a brincadeira
E aumentou em mim a pressa
De ser tudo o que eu queria
E ter mais tempo pra me exercer
Tenho sonhos adolescentes
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Tenho discos de 87 e de 2009
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Hoje já é Quinta-feira
E há pouco eu tinha quase vinte
Tantos planos eu fazia
E eu achava que em dez anos
Viveria uma vida
E não me faltaria tanto pra ver
Tenho sonhos adolescentes
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Tenho discos de 87 e de 2009
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
O tempo falta
E me faz tanta falta
Preciso de um tempo maior
Que a vida que eu não tenho toda pela frente
E do tamanho do que a alma sente
Tenho sonhos adolescentes
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Tenho discos de 87 e de 2009
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Tenho sonhos adolescentes
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Dou valor ao que a alma sente
Mas já curti Bon Jovi
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Já é quase meia-noite
Quase Sexta-feira
E me falta tanto ainda

domingo, 1 de setembro de 2019

Beleza

Eu me levei a um show.


Encontrei amigas, compartilhei, conversei, sorri! Mas cheguei sozinha, fui embora sozinha: 29 anos são liberdade de me levar aonde eu puder! Liberdade, onde você estava que eu não te via?

E, nesse caminho, eu posso, com meu sorriso, conquistar as pessoas. Ah, como foi bom ver minhas amigas e meus amigos! Estar com pessoas que, assim como eu, buscam a diversão, a canção, uma distração desse mundo onde as coisas são bem "inho" e carregadas de decepção. Ou talvez essas coisas estejam tão exageradamente ruins e absurdas que precisam de uma pausa no superlativo, pra gente beber e distrair.

Apesar dos trocadilhos, ali eu não estava pela troca: eu somei. Somei experiência, senti que posso tudo mesmo não sendo nada, porque pra mim eu sou todas as minhas possibilidades e é assim que devo me amar. E vejam só, eu bebi, bebi água e comi, tudo certinho. Cuidei de mim e cuidei de conquistar essas pessoas e, assim, tive um dia perfeito...

Registrei, nessa foto, um sorriso com a insegurança de quem não sabia se podia ser tudo o que quisesse. Mas eu quis, fiz e senti tudo o que pude para  me divertir, e me diverti!

E, assim, sigo colecionando, não histórias pra contar, embora eu conte todas, mas momentos que me fazem, me constroem e alimentam esse sorriso que, por sinal, nesse amanhecer de pessoas e experiências maravilhosas, é lindo como o Sol.

sábado, 15 de junho de 2019

Amanhecer

Logo que abri os olhos, me descobri.
Não, não estou dizendo que tirei o cobertor e senti o frio da manhã que a minha janela anunciava.
É que, de repente, percebi uma presença e precisei correr para o espelho para responder à pergunta que me angustiava:
Quem estava ali?

A princípio, estranhei o que vi.
Forma, pele, pelos...
Quando foi que essa aparência me alcançou?
Não sei se gosto do que vejo...

Um ar misterioso, um pouco inocente, mas cheio demais de sombras do que já vivi...
Os elogios me escapam e começo a listar dois, nove, cem defeitos...
Como não me orgulhar da acuidade do meu olhar crítico?
Olhar que, como uma agulha fina, dói.

Correndo, voltei para cama.
No calor do cobertor, pelo menos, não me julgo.
(...)
Mas será que posso perdoar alguém que se prende à cama?
Ah, culpa, minha velha amiga, venha me cobrir novamente...
Ou não? Por favor! Não sei se aguento seu peso...

Então, fugindo, saio da cama mais uma vez, dessa vez de olhos fechados.
PAH!

Estranhamente, permito-me sentir a dor da queda.
Um bálsamo para a dor das críticas!
Percebo que tudo o que quero é uma distração, um corte, qualquer coisa que seja mais humana que esse fluxo de pensamentos.
Pensamentos que, de tão metódicos, só me aproximam da máquina perfeita que me dói saber que nunca vou ser...

Instintivamente abro os olhos, como numa segunda fuga.
Preciso ver o que me dá tanto alívio e, como num quadro, vejo:
Minhas mãos e meus pés estão juntos, num ângulo estranho.

Mas, algo estava diferente.
Olhei mais uma vez e vi tudo o que sou – as mãos, os pés e todos os músculos e toda a angústia
(Ah, quanta angústia!) – me levantando.

E foi assim que senti, logo que abri os olhos:
me descobri.

Belo Horizonte, 06 de junho de 2019.

Tarot

Destino?
Aviso?
Intenção?

Hoje eu me queimei com a borra de café.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Tristeza não tem fim...

Desculpem, mas preciso colocar isso pra fora.

A noite estava fria, eu tinha deitado cedo, mas não dormia bem. Corpo ruim do começo de uma gripe, levantei umas 6h para ir ao banheiro. Voltei, cobri melhor, peguei o celular para puxar o sono, como costumo fazer, e abri o Twitter. Ultimamente meu Twitter está cheio de pessoas, especialmente mulheres (alô, grupa!), que gostam de futebol. Uma delas, não me lembro qual, havia tuitado algo sobre o avião da Chape estar desaparecido. Ela estava indignada que não havia dado sobre isso no plantão da Globo. Fui subindo a linha do tempo, rumo às informações mais recentes. Aí pipocaram coisas dos perfis que sigo sobre política e outras coisas, nada sobre avião. Eu não sei porque, mas na minha cabeça a menina estava enganada, ou era alguma pegadinha da internet. Até que, dentre as mensagens mais recentes, começaram a pipocar as mensagens sobre queda. Ainda sonolenta, mas já desesperada, comecei a rolar a linha do tempo com rapidez, a fim de algo concreto, confiável, que vencesse minha negação. Não lembro em qual notícia ou tweet, ou se foi a junção de todos, caiu a ficha de que era verdade.
Num misto de pesadelo e realidade, gritei: “AH, NÃO!”.
Em um segundo em que tudo girava, pensei em não falar nada, mas precisava falar porque queria que alguém me corrigisse. Eu precisava estar errada! Chamei minha tia, fanática por futebol, que junto comigo tinha curado a chateação da derrota do Galo pro Grêmio com a alegria da classificação da Chape. “Tetê, Tetê! Você viu o que aconteceu?”. Ela, ainda meio dormindo, disse “Não, o que foi?”. Minha mãe também veio ao meu quarto, perguntando, “o que foi”? E eu, com medo de colocar pra fora e fazer ser verdade: uma coisa muito horrorosa, muito horrível. Elas ficaram apavoradas, então não tive como não falar: O AVIÃO DA CHAPECOENSE CAIU!
“O quê”? – perguntaram, incrédulas. “Eu vi no Twitter, o avião caiu”. “Morreu tudo?”. “Estão procurando, mas parece que acharem gente viva sim, ainda estão buscando”. E então eu vi. Vi a tristeza no rosto da minha tia, tão acostumada a sorrir pelo futebol. Senti um buraco no peito, comecei a chorar. Vi minha mãe, dividida entre a vontade de me consolar e as próprias incredulidade e tristeza. E então elas ligaram a TV. Desabei a chorar. Infelizmente, a internet estava certa. Elas não me corrigiram, era real. E a cena desse momento em que descobri e contei pra elas não sai da minha cabeça.
Esse “ah, não” vem à minha mente o tempo todo. Eu queria que minha negativa, tão forte, vinda do fundo da garganta, do coração, fosse capaz de modificar a realidade tão triste. Eu queria que quarta-feira, quando conversei com minha tia, o assunto fosse mais um dos nossos papos sobre os jogos do dia, carregados de especulação, alegria e esperança. Amamos a Colômbia, mas estávamos comemorando a linda defesa do Danilo. Eu queria que, quando ela me contou sobre o embarque em São Paulo não tivesse sido a última notícia feliz sobre eles. Eu queria tanto, e não posso nem mensurar a dor de quem torce pra Chape desde sempre. De quem conhecia o grupo. De quem perdeu gente.

Eu só tenho a agradecer por toda alegria que eles nos deram. Obrigada, de coração! E que essa tristeza, sem tamanho, continue nos unindo. O futebol perdeu seu brilho, mas ganhou em humanidade. O mundo ganhou mais humanidade, e por isso seremos eternamente gratos à Chapecoense, à Colômbia e ao Atlético Nacional. Obrigada por todas as manifestações de solidariedade e carinho que aqueceram nossos corações.

E que se escute em todo o continente, campeã Chapecoense!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Tamires

Menina engraçada essa, sô

Queria brincar de escrever

Mas só soube sentir

Vai ver, cresceu.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Rapidinha

É tanta coisa que penso
Ao mesmo tempo em que quero escrever
Já esqueci
Quem sou?
Quem serei?
Pra quem sempre teve controle.
Esse agito até que está bacana.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

É você...

Eu imagino a gente assim
Velhinhos, cansados da vida
Mas extremamente gratos

Vejo conquistas, momentos de luta
Tempos tranquilos, tempos agitados
Sempre juntos

Será que em alguma eleição nossos candidatos serão diferentes?
Vai ter algum jogo que você não vai querer assistir
Ou algum filme que vou recusar?
Mas sempre imagino a sintonia intacta.

Fico imaginando nossas reuniões
Como vamos decorar o apartamento dos meus sonhos
Ou dos seus sonhos?
Quem limpa, quem cozinha?

Se tivermos filhos
Muitos livros sobre Parto Humanizado
Vejo você chorando
Se não pudermos,
tenho certeza que não hesitaremos em adotar
Ou será que podemos fazer ambos?

E antes, como escolheremos as músicas?
Será que já posso pensar em vestido?
Vamos mesmo fazer isso?

Engraçado mesmo é que me assusta pensar
Não consigo admitir o que tem que vir logo
Mas daqui a 60 eu não tenho dúvidas
Quando penso em estar bem
Só penso: "quero estar com você".


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

YES, WE CAM


Dar vexame ou zebra muito time grande já deu e continua grande.Perder pro Bayern, até o Cruzeiro já perdeu e continua existindo. Até o Barcelona também, ainda tão aclamado. Mas o Galo, sempre tão contestado mesmo quando voa, mesmo com o melhor time do Brasil e da América, tem agora diante de si dois grandes desafios. 

Já somos campeões da Libertadores 2013, título que muitos torceram contra e não acreditaram, debochando, mas que nós acreditamos e ganhamos. O Galo já lavou a alma esse ano, esfregando na cara desse país de futebol tão corrupto, que YES, WE CAM. Ninguém pode nos tirar essa glória, por mais que a inveja, o falso desdém e a raiva peçam.

Então a questão agora é ir além. Hoje começa a caminhada. Pode tudo continuar como está: tudo muito bem, muito glorioso, muito lindo... ou podemos ir além. Esse título, que poucos têm, e contra o time sensação do mundo no momento - com grande parte do elenco na seleção favorita para a Copa do Mundo - vale mais do que mil canecos de outros campeonatos. É incontestável, assim como o Galo no coração de todo atleticano.

É por isso que eu digo aos que não gostam do Galo: torçam contra mesmo. Porque, se não se ofusca um amor verdadeiro nem em momentos de baixa, se chegarmos ao topo - que se mostra tão difícil - não vai dar para nos aguentar. Não vai dar para me aguentarem. Está avisado!

Não tive dinheiro para ir a Marrocos: irei para BH para rezar, torcer, gritar, vibrar. Faremos justiça àquelas consagrados campeões do Gelo, que hoje no nosso maravilhoso hino invocam perguntas dos menos avisados. Hoje começa o caminho para que não haja dúvida, não haja perguntas, não haja espaço para deboche. Faltam 2 jogos.

Já fizemos muito, mais do que muitos queriam ou pensavam, mais do que precisávamos para estarmos tão eufóricos. E é hoje que vamos dar o primeiro dos dois passos definitivos para ir além. No ano do Galo, nada mais justo do que sermos campeões do Mundo. E EU ACREDITO.